A sociedade moderna conscientizou-se de que a biosfera tem limites, de que a economia existe dentro dos limites da sociedade e, ainda, de que ambas – economia e sociedade – existem dentro dos limites do meio ambiente, de onde advêm os elementos condicionantes da sobrevivência, como o ar, os alimentos e a água. Por certo, o corpo social não pode ser maior que a disponibilidade destes elementos e é por isso que comunidades de todo mundo desenvolvem a capacidade política para tratar das relações visando ao equilíbrio socialmente desejado.
Em termos globais, cresce um processo de governança mundial visando a otimizar a utilização dos recursos naturais, como no caso do acordo consensado na COP 21 para o controle do aquecimento global. Tal contexto demanda do setor empreendedor uma governança focada em competitividade, que objetive maximizar os ganhos sociais por meio da ação econômica das externalidades da cadeia de valor, criada de forma a propiciar transformações positivas e, não apenas, uma filantropia assistencialista. A sustentabilidade passa, portanto, a ser um processo dinâmico que visa, por intermédio de um aperfeiçoamento evolutivo contínuo, ao equilíbrio dos aspectos econômicos, ambientais e sociais para a construção de uma sociedade melhor para esta e para as futuras gerações.
Sendo assim, a relação praticada pelo setor empreendedor com as suas partes interessadas deve estar orientada pelo diálogo que resultará na construção de uma licença social que transcenda aos aspectos legais. Uma licença social demanda comportamentos e atitudes pautadas por valores éticos e morais suportados por um balanço transparente das atividades, por sua dinâmica e seus impactos positivos ou até mesmo negativos.
Com isso, disseminam-se, mundialmente, as práticas e demandas de accountability e de compliance nas relações sociopolíticas, pois as empresas precisam ter, cada vez mais, uma cidadania qualificada, que não existirá se não for expressa por comportamentos corporativos pautados por valores.
Partindo destes princípios, o Brasil vive um momento triste devido a exemplos do capitalismo por compadrio que agride e contraria as práticas buscadas por empreendedores comprometidos com o desenvolvimento e crescimento do País. O que a sociedade brasileira mais precisa, neste momento, é de empreendedores sérios e conscientes, pautados por valores nobres como meio necessário para construir uma nação desenvolvida.
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