Uma mudança aconteceu na França neste ano de 2017. Se você quer seguir carreira política é bom ficar atento(a): as francesas chegaram lá, depois de amargar a lanterna da representação parlamentar de gênero no continente por anos a fio.
Com maioria absoluta assegurada nas eleições de domingo (18), o partido do presidente Emmanuel Macron, A República Em Marcha (LREM) foi responsável por eleger um número recorde de mulheres para o Parlamento, após apresentar uma lista de candidatos alternada, em termos de gênero. Dos 577 deputados eleitos, 223 são mulheres, ultrapassando em muito o recorde anterior de 155 da eleição passada. O LREM, manteve também a maior proporção das mulheres eleitas, com 47% do total.
A notícia anima. Publicada na segunda-feira (19/06) em O Globo, o ânimo se dá porque no Brasil estamos em plena discussão de uma reforma política há muito adiada, em que a lista fechada tem aparecido bastante como uma das soluções políticas para a maior crise econômica e política que já vivemos. Sou defensora das reformas estruturantes propostas pelo governo Temer, tanto por acreditar que são o caminho certo para tirar o país do atoleiro em que 14 anos de desgoverno do PT nos colocaram, quanto por achar que é hora de mudar, de abrir espaço para que o novo possa vir.
A lista fechada no Brasil não é bem-vista, só terá votos se vier acompanhada de alternância de gênero e outras mudanças para melhorar a representação e torná-la mais próxima da sociedade, senão não funciona. Nossa estrutura partidária não é democrática, os homens ocupam praticamente quase todos os espaços de poder. É preciso estabelecer regras claras para a melhoria da representação.
Os(a)s franceses(as) conseguiram, e foi gratificante ver que foi através da lista com alternância de gênero, única opção que defendo. Com a adoção desta política a França saltou da 64ª posição para a 17ª, no ranking mundial de participação feminina parlamentar, na Europa alcançou o 6º lugar, deixando para trás Alemanha e o Reino Unido, de acordo com dados divulgados pela União Interparlamentar no início de junho. São índices importantes. A participação feminina na política e no parlamento de uma nação é determinante, por exemplo, para sua inclusão ou não na categoria de democracia plena pela revista inglesa The Economist.
Nós aqui no Brasil não estamos nem na avaliação mundial. A Economist acha que as contradições políticas imensas que ainda existem por aqui, entre elas nossa vergonhosa 154ª posição no ranking mundial de participação de mulheres no Parlamento, faz com que sejamos uma nação de democracia imperfeita, em 47º lugar no mundo.
Entretanto, os ventos que sopram aqui, a exemplo dos da França, são de mudança. O país vem fazendo o dever de casa com muita coragem e determinação. São as mulheres, na política, as grandes responsáveis por transformar a realidade das comunidades em que vivem, por aumentar o Índice de Desenvolvimento Humano – IDH, de suas regiões. Que venha o novo, e com ele o espaço que nos é de direito. Em 2018 queremos reforma política e chapa com lista alternada. Muda Brasil!
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