Porto Alegre, cantada em prosa e verso, e, com razão, é prodiga em praças, ruas arborizadas. Enfim, é uma cidade invejável.
Porto Alegre tem qualidade de vida, apesar dos serviços públicos demorarem a tapar os buracos das ruas, dos serviços de limpeza urbana esquecerem de despejar as cestas de lixo, algumas, muito poucas em ruas arborizadas, muito arborizadas.
Porto Alegre, pioneira na defesa e preservação ecológica, neste país de contrastes e paradoxos. Essa Porto Alegre bucólica, apesar de Capital, preserva seus ares de resistência cultural ao novo, ao moderno, de tal sorte que uma rua arborizada, anos atrás fez questão de impedir a construção do teatro da Ospa. Como se privar das árvores, marca registrada da rua.
Os cabos de energia elétrica e telefonia, aéreos, numa luta perene pela sobrevivência, pois açoitados diuturnamente pelos ramos das arvores. Ousam passar pelo meio das mesmas.
Leva-se tão a sério a preservação das árvores que sequer se arrancam as plantas parasitas das mesmas, tudo em nome do respeito à natureza.
É tão levado a sério o respeito às árvores que sem pretender melindrar os mais sensíveis, ouso dizer que por estes lados é provável que uma arvore seja mais importante que uma pessoa, pois, se alguém por descuido ousar cortar um galho de uma árvore que esteja a colocar em risco o telhado de sua casa, é bem provável que se for alguma daquelas sagradas árvores protegidas pela lei especial, que o cidadão vá parar com os custados na cadeia, diferente de um meliante com uma ficha quilométrica que seja preso em flagrante, portando arma irregular. É quase certo que o laborioso e incompreendido policial vai ficar horas a preencher os papeis e dar explicações e o cidadão seja liberado por não oferecer risco maior à sociedade. Ah, mas se for pego a quebrar um galho de uma espinheira ou árvore sagrada! Bem, a força da lei cairá sobre o mesmo com uma impiedade titânica. Convenhamos que é paradoxal, lá isso é. Entre a segurança dos Porto Alegrenses e a preservação das árvores, é melhor não apostar, vai que as árvores ganham de 7 a 1.
Nada de errado no gosto bucólico em manter a cidade arborizada. Priorizar isso em detrimento do bem comum, lá isso é que não recomenda bom fim.
Nos últimos dias a cidade foi assolada por um temporal de proporções atípicas. Inegável que foi um caos. Ainda se fazem sentir os efeitos. Dramas vividos por pessoas que só querem levar sua vida pacata e bucólica.
Árvores caídas por toda a cidade, as redes de energia elétrica e de telefonia derrubadas.
Esqueci, outra marca registrada desta bucólica cidade é as redes de energia elétrica e de telefonia rivalizarem com as árvores, pois, esta cidade não sabe que rede subterrânea existe.
Vento e árvores, são uma parceria imbatível para derrubar redes de energia e telefonia aéreas.
Sinceramente a rede de energia e telefonia aéreas faz lembrar os varais de roupa do tempo das nossas avós, época que não se usava secadoras e maquinas de lavar. Vamos lá Porto Alegre, se queres ser bucólica e arborizada, esquece os varais de roupa e opta por redes subterrâneas para transmissão de energia elétrica e telefonia, Afinal és Capital.
Leave a Reply
Você precisa fazer o login para publicar um comentário.