Depois de consolidado no Senado Federal o fim do ciclo petista na presidência, há uma pergunta que antecede a muitas outras: e agora, qual o rumo do País?
Durante os Governos de Lula e Dilma, o País conviveu com o projeto socialista do PT, o qual nunca foi assumido abertamente que é a manutenção do poder por longo prazo como ocorre nos Países latino-americanos com este objetivo: Cuba, Venezuela, Bolívia e Equador.
Sob o olhar da militância e de seus adeptos, o PT se identifica apenas como partido de esquerda que combate a burguesia e luta pelos diretos dos trabalhadores. Os Petistas usam como pano de fundo a expressão “defesa da democracia”. Na verdade, socialismo e democracia têm propostas politicas opostas.
O projeto político de Lula de instalar a revolução socialista no Brasil teve o ciclo interrompido com o impeachment de Dilma, o qual causou reações exageradas e injustificadas dos governos socialistas na América Latina. Venezuela, Bolívia e Equador ameaçam retirar do Brasil seus diplomatas como forma de protesto contra o que eles rotulam de golpe parlamentar. Nesses Países, assim como no Brasil a economia no está esfacelada.
No Brasil, além de o modelo politico ser recheado de meandros, há grande contestação por grande parte da sociedade produtiva, porque houve a prevaricação com o erário, excesso de gastos públicos e níveis de corrupção alarmantes, em especial na Petrobrás, fatos que causam turbulências no mercado de capitais e restringem os investimentos privados.
Isso levou a economia à recessão temerosa com incertezas e desconfianças quanto ao altruísmo que o Governo possa ter para devolver aos brasileiros o crescimento econômico. Os desafios do novo governo são enormes para dar respostas em pouco mais de dois anos, período que resta para a próxima eleição.
A situação mais iminente, é a definição da política macroeconômica para estimular o mercado, devolver a confiança ao setor produtivo e manter a inflação dentro da tolerância da meta: até 6,5% ao ano. Outro quesito esperado, é o ajuste fiscal que deve ter como cerne a redução dos gastos públicos e não elevar ainda mais a carga tributária. Se o Governo quer ter o apoio da sociedade, deve tomar medidas que sirvam de modelo, afinal os bons exemplos são verticais.
Já a reforma política deve conter princípios que estimulem decência e respeito ao dinheiro público, não deixando prosperar políticos apócrifos. Ainda, é importante haver medidas para limitar o número de partidos políticos e assim, reduzir o fundo partidário, dinheiro público repassado aos partidos para as atividades políticas.
O ponto mais nevrálgico, é a reforma da previdência compulsória. É verdade que o modelo atual é ultrapassado e deficitário para o Governo. Mas, não se pode pretender mudar o modelo vigente em tempo exíguo. Primeiro é preciso mostrar a sociedade o porquê é necessário mudar o plano de aposentadoria dos trabalhadores. Depois disso, precisa haver o tempo de transição e adaptação dos contribuintes.
O discurso do Governo de que é preciso sacrifícios da sociedade para haver benefícios melhores no futuro é uma postura desgastada. Quem mantém a estrutura pública é o povo que paga tributos. O Governo é apenas o gestor que administra os bens públicos e o erário. Portanto, é justo que não haja mais sacrifícios de quem paga tributos. Para isso, o Governo precisa mostrar competência no seu planejamento.
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