Em tempos de eleições, os candidatos se apresentam como soluções para os problemas das gestões públicas. As promessas são direcionadas ao emocional dos eleitores com jargões poderosos do tipo “esse governo não atende o povo, mas não deixe que destruam a tua esperança”. Se compararmos os discursos de três décadas atrás, veremos que a eloquência não muda – “Se for eleito, minha plataforma de governo é: saúde, educação, segurança pública, melhorar o transporte público, mais empregos (…)”.
Ao contrário de muitas pessoas, sempre que posso assisto aos programas eleitorais para ver se encontro candidatos com propostas coerentes e tangíveis. Na maioria das vezes, a celeuma é um filme de comédia. Muitos candidatos nem sabem o que faz um político e cogitam nas eleições, apenas a oportunidade de emprego público temporário e quiçá, ter aposentadoria especial. Há candidatos que visivelmente são analfabetos funcionais.
Tendo em vista a falta de preparo cultural e pouca capacidade de muitos políticos para a gestão pública, diversas Prefeituras e Estados passam por flagelos financeiros há anos. A administração pública nas três esferas de Governo está sucateada e recheada de políticos prolixos que não cumprem o mandato integral, já que se candidatam ora para vereadores, ora para deputados a cada dois anos para terem a chance de pleitearem a continuidade no Legislativo.
Salvo exceções, muitos políticos querem fazer carreira pública sem prestar concursos. Sempre que podem, vão ludibriar os eleitores com promessas que sabem que não serão cumpridas, afinal não é cultura dos brasileiros examinar as condições técnicas dos candidatos, tampouco cobram os compromissos de campanha.
Na teoria, a função alocativa do Governo define o tipo e a quantidade de bens públicos para a população, calculando o nível de distribuição dos serviços. As preferências e necessidades da sociedade deveriam ser reveladas nas eleições. Assim, se uma sociedade precisa reduzir a violência ela tende a eleger candidatos que dão prioridade para melhorar a segurança pública, ainda que isto implique em aumento de tributos para ter acréscimo de policiais ou guardas nas ruas.
Na prática, tal premissa não funciona porque os pretendentes discursam o que o povo quer ouvir, pois sabem que não serão cobrados pelas promessas vãs. Prova disso é que as cidades continuam com os mesmos problemas estruturais há décadas. No caso de Porto Alegre, a capital tem sérios problemas na área central, bairros e periferias quanto à limpeza, segurança, espaços de lazer, (…).
Outro meio de o Governo saber as necessidades dos eleitores é através das pesquisas feitas pelo IBGE e Censo. Mas, boa parte da população desconhece a importância desses recenseamentos. Por isso, não se comprometem em fornecer informações fidedignas.
Estas eleições Municipais não empolgam por toda a descrença que se instalou nas instituições políticas. Todavia, o voto é sim uma ferramenta poderosa para renovar a câmara de vereadores, banir indivíduos apócrifos e eleger representantes capazes para o exercício dos cargos públicos com eficiência, porque as decisões políticas afetam toda a sociedade.
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