Por que ideal vale a pena viver, eis o desafio de todos nós. Ouço tanta gente falar em ser um vencedor, ter sucesso, quando penso que a vida precisa ser vivida por um ideal, ajudar pessoas a construírem sentido de vida e não apenas colherem os louros do seu trabalho, mas abrirem trilhas por onde também outros possam caminhar.
Creio que um dos problemas da pós-modernidade é a falta de humildade e excesso de egoísmo, que mobiliza tanta gente, em busca dos holofotes, brilho e reconhecimento.
Os desdobramentos na defesa da filantropia têm ensejado conhecer pessoas e instituições que, com humildade e amor ao próximo, não tem medido esforços para auxiliar as pessoas a resgatar autoestima e amor à humanidade.
Talvez isto esteja contribuindo para fortalecer as instituições beneficentes a recuperarem a crença nos seus propósitos sublimes de amor à humanidade e prestação de serviços a crianças e jovens, não só afastando-nos dos perigos da delinquência juvenil, mas educando-os na frequência do respeito ao ser humano.
A crise ajuda a redimensionar os propósitos de vida, porque nos confronta com a finitude da vida e a fragilidade das nossas organizações. Quantas pessoas vivem uma vida vazia, sem perspectivas e ideais. Será que não está aí a vertente dos maiores problemas da vida, quando não há um mínimo de claridade na noite escura? As decisões são tomadas a todo momento, diante de crises ou calmarias, e o insucesso não pode ser debitado a outrem. A vida é uma obra que se escreve no original, e poucas vezes temos chance de fazer rascunho ou palco para ensaios.
O poeta Carlos Drummond de Andrade nos ensina que “só resta ao homem a difícil e `dangerosíssima’ viagem de si a si mesmo: pôr no chão do seu coração, experimentar, colonizar, civilizar, humanizar o homem, descobrindo nas suas próprias inexploradas entranhas, a perene, insuspeitada alegria de conviver”.
O que acalma o coração é a sensação de que nos despojamos da arrogância e calçamos as sandálias da humildade.
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