A evasão escolar é uma realidade que assola a base da educação nos Países emergentes. A saída precoce da escola reduz as chances de sucesso na vida adulta e fragiliza a sociedade juvenil com formação incompleta.
De modo geral, o egresso antecipado da escola coloca os jovens diante de dois caminhos: [1] o ingresso antecipado no mercado de trabalho de forma ilegal, se menores de quatorze anos. Neste caso, os jovens têm a oferecer de forma permanente, apenas mão-de-obra sem qualificação e barata. Quando forem adultos, esses jovens formarão um coletivo de baixa renda e tendem a ficar a margem das melhores oportunidades; [2] Se as famílias não forem estruturas os jovens podem ser aliciados por traficantes. Este caminho de delinquência transformará os jovens em infratores juvenis e depois em adultos atrozes que se envolveram em crimes de todos os tipos.
O governo tem grande parcela de culpa nisso, ao deixar de dar assistência social às comunidades carentes para protegê-las da violência. Não podemos esquecer que as crianças e os jovens de hoje serão os dirigentes do futuro, logo adiante. Portanto, a construção de uma sociedade melhor, mais equitativa e menos violenta, começa na consolidação de valores na família.
O desinteresse pela escola e pelos estudos para a construção evolutiva do saber tem relação direta com fatores sociais, econômicos e culturais que estão vinculados às situações de pobreza e exclusão social. As sociedades desafortunadas, salvo exceções, raramente fazem planos para um futuro melhor no longo prazo.
Há algum tempo atrás ao ver uma escola pública com as paredes externas pichadas expondo riscos horrorosos e sem sentido, ato típico de vandalismo, fiz a seguinte pergunta a uma professora: em sua opinião, porque os jovens fazem essa sujeira? Com certeza não é isto que aprendem na escola. Com sabedoria, a professora respondeu: os jovens sujam a escola e não dão valor a ela porque não querem estar aqui, estão obrigados. Eles preferem as ruas.
As evidências indicam que entre os fatores que corroboram para haver baixo rendimento escolar e egresso precoce dos estudantes de famílias com baixa renda, está à alimentação insuficiente que provoca a desnutrição e restringe a capacidade de raciocínio lógico. A escola deve conhecer e compreender o contexto das sociedades que pertencem os estudantes e, sobretudo, precisa agir para prevenir as situações que levam à exclusão ou à segregação abrupta desses jovens que ficam vulneráveis aos perigosos descaminhos de vida fácil.
Na busca por soluções para reduzir o ostracismo, deve-se ponderar que há fatores sociais e culturais que são mais intensos nas comunidades socialmente desfavorecidas. No contexto holístico, há os seguintes quesitos para análise: a influência no ambiente educacional que precisa ser lúdico; a didática dos professores e a resiliência dos educandos para superar as adversidades que são muitas.
Na condição de educador, elejo alguns fatores que podem ser causas predominantes para retirar os jovens das escolas: [1] a necessidade de trabalhar para complementar a renda doméstica; [2] dificuldades de aprendizagem que causavam desmotivação; [3] precariedade das escolas; [4] falta de professores; [5] gravidez na adolescência; etc.
Seja como for, governo e sociedade plural precisam rever seus dogmas para estimular o valor da cidadania, do conhecimento, da retidão. Os jovens têm todo o direito de sonhar com futuro melhor e poder realizá-lo.
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