O aeroporto internacional Salgado Filho de Porto Alegre, vinha sendo alvo de debates havia muito tempo acerca de duas variantes: [a] a modernização da plataforma estrutural do aeroporto, incluindo a ampliação dos terminais de passageiros e da pista e [b] a busca de um possível novo local para possibilitar a expansão da demanda crescente, já que no local atual é preciso fazer desapropriações no entorno para permitir a ampliação da pista para pousos e decolagens.
O Estado RS tem localização meridional no País, fato que torna a região estratégica como ponto de referência para negócios no MERCOSUL. Em meio à busca por soluções para o que parecia emblemático, porque o Governo Federal não tem recursos para investir nos aeroportos brasileiros, a solução foi fazer ofertas públicas de concessões dos aeroportos de Porto Alegre, Salvador, Florianópolis e Fortaleza, visando atrair operadoras privadas por longo prazo em troca dos desejáveis investimentos em infraestrutura necessários no setor.
Em Porto Alegre quem venceu o leilão público for à empresa alemã Fraport, uma das maiores do mundo no setor aeroportuário. O tempo de concessão é de 25 anos podendo ser prorrogado por mais 05 anos. O montante do investimento previsto é de R$2,0 bilhões de reais. No período concedido, deve haver a ampliação da pista para 3.200 metros, a construção de nova pista na área a ser desapropriada, ampliação do pátio para aeronaves e construção de novo prédio para estacionamento de veículos. Todas estas providências se destinam para atender a crescente demanda no modal aéreo da capital, busca-se com isso evitar a obsolescência do aeroporto nas próximas décadas.
A Fraport administra 10 importantes aeroportos pelo mundo, são eles: Frankfurt e Hanover (Alemanha); Burgas e Varna (Bulgária); Liubliana (Eslovênia); São Petersburgo (Rússia); Antalya (Turquia); Nova Déli (Índia); Xi’na (China) e Lima (Peru).
Analisando a questão de forma prática, o setor privado aeroportuário tem maior disponibilidade de liquidez do que o Governo. Por maior que haja esforço do setor público, ele não tem condições financeiras para competir com seus homólogos privados. Isso se comprova ao observamos as concessões já feitas no Brasil, pois são notáveis e visíveis os investimentos realizados em tecnologia e para o conforto nos terminais.
Quando o Governo abre mão do monopólio estatal ao mercado, atrai o fluxo de competidores criando concorrência entre os terminais pelo tráfego aéreo e agiliza oportunidades de negócios. Com efeito, é possível elevar a quantidade de rotas oferecidas por determinado terminal e reduzir os gargalos nos aeroportos congestionados pela demanda proporcionando, assim, mais conforto e segurança aos passageiros.
Numa economia de livre mercado e de concorrência próxima à perfeita – mesmo em sistemas pontuais de oligopólios – o equilíbrio entre ofertas e demandas ocorre através da concorrência que aspira seduzir consumidores potenciais para seus produtos e serviços.
O lado bom deste vultoso investimento, é que estará maximizada a eficiência do terminal aeroportuário e colocará a capital gaúcha no epicentro das atenções de negócios regionais e internacionais. A maior extensão da pista permitirá haver pousos e decolagens de aeronaves de cargas e de passageiros de grande porte, assim como ofertas de voos internacionais sem haver a dependência de conexões com o aeroporto internacional de Guarulhos em São Paulo. A descentralização de voos ao exterior, a partir da capital paulista, beneficiará todos os atores do cenário e estimulará novas ofertas de trabalho com visibilidade global. O Sul do Brasil terá mais competitividade no sistema aeroportuário e serão potencializados futuros negócios.
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