Profissionais de arquitetura e designers de interiores voluntários, que se colocaram à disposição para reformular o projeto dando vida à iluminação, às cores e trazendo mais elementos da natureza para os ambientes de atendimento
O início das reformas do CRAI (Centro de Referência de Atendimento Infanto Juvenil), serviço que atende crianças e adolescentes vítimas de violência sexual no Hospital Materno Infantil Presidente Vargas, estavam previstas para iniciar em janeiro de 2021. Porém, com o interesse de novos parceiros, o projeto arquitetônico ganhou novas formas e foi compatibilizado para tornar os ambientes a serem modificados ainda mais acolhedores. A ação, que começará ainda nesta semana, é dirigida pela AHMI (Associação dos Amigos do Hospital Materno Infantil Presidente Vargas), que mobilizou recursos através da campanha de Natal “Menos dor, mais amor”, realizada no final do ano de 2020.
Um dos novos parceiros das obras do CRAI é o Grupo de Estudos de Neuroarquitetura de Porto Alegre, composto por 24 profissionais de arquitetura e designers de interiores voluntários, que se colocaram à disposição para reformular o projeto dando vida à iluminação, às cores e trazendo mais elementos da natureza para os ambientes de atendimento. Seis equipes foram formadas para trabalhar no uso de cores, sons e nas pesquisas. Com isso, a administração, dois consultórios de psicologia, dois consultórios de assistência social, um consultório de pediatria, o DML e o posto da polícia ganharão nova apresentação, com finalização prevista para 29 de abril.
Centralizar os atendimentos em um único endereço e torná-los mais acolhedores é uma das metas iniciais do CRAI, que avaliou a situação da estrutura desgastada pelo tempo e decidiu que era hora de buscar auxílio para qualificar o serviço. Além disso, com as doações arrecadadas através da campanha de Natal, o serviço conseguirá fazer ainda a compra de materiais, móveis, equipamentos, brinquedos, casas de boneca, jogos lúdicos, livros e demais itens necessários listados pela equipe multidisciplinar.
Com o Grupo de Estudos, também integram o projeto das reformas do CRAI a Allem Incorporações, que realizará o trabalho executivo, e a Segurança Inteligente, empresa de PPCI (Plano de Prevenção Contra Incêndios) que ficará responsável pela segurança de sinalização, iluminação, reposição de extintores e treinamento da equipe para emergências do CRAI. Também participa da lista de parceiros a DUFRIO, que fará a doação de cinco aparelhos de ar condicionado e realizará a instalação deles.
Sobre o Grupo de Estudos de Neuroarquitetura de Porto Alegre
O Grupo de Estudos de Porto Alegre é um grupo multidisciplinar coordenado pela Designer de Interiores Juliana Enderle e pela Arquiteta e Urbanista Débora Lengler Velasquez, é composto principalmente por arquitetos e urbanistas, designers de interiores e outros profissionais especializados para atender e aplicar neurociência aplicada à arquitetura e neuroarquitetura. O Grupo de Estudos é o primeiro movimento voluntário de profissionais da arquitetura, iniciado em 2017, para estudar neuroarquitetura. Possui núcleo de pesquisa e compartilhamento de conteúdo no assunto, que se divide em teórica, através de um grupo de estudos, e a prática, através de ações sociais.
Sobre o CRAI
O serviço CRAI (Centro de Referência de Atendimento Infanto Juvenil) completará 20 anos neste ano e trabalha no Hospital Materno Infantil Presidente Vargas com o atendimento integral a vitima da violência sexual através da escuta especializada da vítima por psicólogo e assistente Social; atendimento médico por pediatra e ginecologista; fornecimento de medicação para profilaxia de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), em até 72h; registro de ocorrência policial; perícias médico-legais pelo DML (físicas e psíquicas); aborto, quando legalmente permitido, com coleta de DNA; encaminhamento da vítima para rede de saúde, assistência social e Conselho Tutelar.
Sobre a AHMI:
A Associação dos Amigos do Hospital Materno Infantil Presidente Vargas (AHMI) é uma entidade jurídica de direito privado, sem vínculo político, partidário ou fins lucrativos, totalmente voltada ao voluntariado. Fundada em 2006, é formada por pessoas que têm em comum o carinho pelo hospital e a atenção aos pacientes que o utilizam. A AHMI busca ajudar na manutenção dos serviços de saúde prestados às crianças, adolescentes e mulheres do município de Porto Alegre, da região metropolitana e de outras cidades do Rio Grande do Sul.
Sobre o comitê da AHMI:
Deise Maria Ramos Cunha é presidente da AHMI desde 2018, mas atua na iniciativa como voluntária desde 2012. É socióloga, professora de ensino médio e superior e foi servidora municipal por 36 anos, está aposentada desde 2018. Possui MBA em Gestão Empresarial com foco em Gestão de Pessoas, é também especialista em metodologia do ensino superior, especialista em metodologias ativas e mediadora de conflitos na Defensoria Pública.
Eduarda Perez Duarte é executiva da AHMI. Formada em administração de empresas, trabalhou nos últimos oito anos na área de RH em empresas privadas de Porto Alegre.
Flavia Alvarez é administradora de empresas e pós–graduada em marketing; se apaixonou pelo projeto social AHMI Bebê, acreditando no potencial de transformação que ele possui. Ela leva consigo a frase “mudando o começo de uma história, mudamos a história toda”, referindo-se aos primeiros 1.000 dias de vida de uma criança, importantes para a saúde dos futuros adultos.
Fernanda Etchepare é economista e pós-graduada em Consultoria de Gestão. Foi empresária no segmento de alimentação por 20 anos e hoje atua com consultoria própria para o desenvolvimento do terceiro setor, assessorando investidores sociais e organizações sociais civis para conectar seus interesses na área de responsabilidade social. Com o voluntariado sempre presente desde sua adolescência, espera que mais pessoas venham a se engajar e entender que não são somente com recursos financeiros que as pessoas podem colaborar, que dedicar sua expertise em algumas áreas de gestão pode ser mais valioso, pois pode alavancar todo o desempenho da organização. Para Fernanda, o papel das organizações da sociedade civil deve ser valorizado na sociedade, pois trabalham para aumentar a eficiência das políticas públicas e inovar nas soluções, trazendo melhores resultados e, geralmente, chegam onde o Estado não consegue chegar.
Silvana Rodrigues é engenheira civil, atuou como empresária durante 20 anos na área comercial de sua empresa na liderança e formação de equipes de vendas. Em 2018 participou de uma ação como doadora e foi convidada a conhecer o Hospital, e se encantou com a dedicação dos profissionais que lá atuam, da mesma forma que foi sensibilizada pela carência das pessoas que são atendidas, vendo ali uma oportunidade de exercer a cidadania, atuando de maneira mais abrangente como voluntária. Desde então, faz parte do comitê da AHMI com o planejamento de ações e captação de recursos para a viabilidade dos projetos. Ela acredita que surpreender e fazer a diferença tanto no trabalho, quanto na vida pessoal é importante.
Na imagem em destaque na pauta – Deise Ramos Cunha, Flavia Alvarez e Silva Rodrigues – Crédito imagem Marcelo Amaral
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