A crise política e econômica que assola o Brasil há vários meses é considerada, por muitos especialistas, como o pior colapso conjuntural da história do País. A maior economia latino-americana entra em biênio de recessão, algo apenas ocorrido na década de 1930.
É inegável que as decisões e posturas do poder político interferem nas ações e reações da macroeconomia, em especial, no que tange ao setor produtivo privado. A classe política brasileira (salvo exceções) passa por séria crise de valores éticos e morais, além de não haver o cumprimento das obrigações assumidas com os eleitores.
Por isso, os Estados Federados estão falidos e o Governo Federal tem acúmulo de déficit público cada vez maior, as consequências inevitáveis disso são: mais sacrifícios fiscais à população, aumento da incerteza macroeconômica e recessão que perdura em uma das mais influentes economias emergentes do mundo que pela importância continental que tem, afeta toda a América do Sul.
Devido à acuidade econômica para a região, o Brasil é referência para atrair investidores estrangeiros para si e aos demais latinos. Os primeiros Países que sentiram os tempos difíceis são os integrantes do MERCOSUL: Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela. Mais do que isso, a recessão profunda afeta toda a região que está fragilizada pela fuga de capitais estrangeiros.
A Petrobrás, de grande valor à economia do País, esta mergulhada em escândalos políticos e tem sua credibilidade posta em xeque no cenário internacional. O preço do petróleo está em baixa e as exportações dos derivados desta matéria-prima têm a receita reduzida. O colapso político e econômico da Venezuela é bem mais grave do que no Brasil. O PIB (lado da demanda) daquele País caribenho está em queda livre sem haver previsão de recuperar. A incerteza política e escassez de produtos básicos à população colocam a Venezuela na pior crise da sua história.
O Equador tem dificuldades para atrair investimentos externos, o que torna mais incerto o seu crescimento. A Bolívia é altamente dependente das exportações de gás natural, seu principal produto gerador de divisas ao País. O Chile reduziu as exportações de muitos produtos industriais ao Brasil com destaque para o cobre. A exceção é o Peru que tem conseguindo crescimento econômico moderado graças à atividade do setor minerador e do investimento público.
O Brasil passa por situações contínuas de incertezas e desdobramentos imprevisíveis. O embate político estancou a economia e não há consenso nem mesmo entre o governo e sua base aliada sobre as medidas que devem ser adotadas para o País sair da crise. O crescimento econômico na América do Sul tem sido menor se comparado ao das economias emergentes de outros continentes.
Temos acompanhado nos últimos anos que é preciso haver ajustes com austeridade no Brasil, que precisa haver teto para os gastos públicos, que se deve rever o regime fiscal, desburocratizar a máquina pública para torná-la mais competitiva, reformar o modelo político e tantas outras reformas que não saem do papel devido às alianças políticas com interesses partidários que travam o sistema.
A crise política e econômica que o Brasil atravessa, precisa de respostas com celeridade e não de discursos com tons de falácias e promessas surreais. Esses devaneios tornam ainda piores e obscuras as incertezas no mercado doméstico, gerando mais desempregos, desaceleração econômica e falta de atendimento às questões essenciais a população como: saúde, educação, segurança pública e tantos outros serviços que são de responsabilidade pública.
O fato de a inflação no Brasil estar em declínio e a taxa de juros Selic estar seguindo esta tendência não significa, necessariamente, que há expansão de ofertas. Isso pode estar ocorrendo pela falta de demanda e de investimentos.
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