Logística reversa, aproveitamento de resíduos e preservação ambiental | Por Dilmar Isidoro

Logística reversa, aproveitamento de resíduos e preservação ambiental | Por Dilmar Isidoro

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Grande parte dos produtos industrializados, especialmente alimentos, geram resíduos que acabam em lotes de lixos comuns e posteriormente são levados para aterros sanitários. Também, os produtos de longa vida útil como: pneus, móveis, eletrônicos, vestuários, madeiras e sucatas diversas quando atingem a obsolescência, muitas vezes são descartados de forma irregular no meio ambiente representando riscos infindos aos humanos, aos animais silvestres e ao ecossistema.

A reciclagem, embora necessária, ainda é incipiente no Brasil e em muitos Países, mesmo entre os ditos Países desenvolvidos. A acuidade deste assunto, ainda não sensibilizou a maioria das pessoas que continuam fazendo descartes a esmo. Com efeito, a reciclagem no Brasil ainda está muito distante do que pode ser considerado ideal.

A cadeia de suprimentos reversa – termo pouco conhecido do público – atua no contra fluxo da produção para restabelecer a utilidade dos insumos industriais. Então, tem-se: [a] coleta de resíduos; [b] cooperativa para selecionar produtos recicláveis; [c] transporte dos resíduos aproveitáveis para as indústrias de reciclagens e [d] formação de novos insumos. Por isso, se diz que a vida útil dos produtos, com olhar do ponto de vista logístico, não se extingue na entrega ao cliente. A preocupação reversa é válida para maximizar o ciclo inverso de produtos e embalagens que, depois do uso e consolidado o descarte, deixam de ter utilidade à sociedade consumista.

Fonte: GUARNIERI, Patrícia; (2011, p. 51). Logística reversa: em busca do equilíbrio econômico e ambiental. Recife: Clube de Autores.

Todos sabem que é crescente a preocupação com a preservação do meio ambiente, o descarte do lixo feito de forma irregular, contamina o ecossistema. Isso se verifica nas praias, nas ruas e em todo lugar. Portanto, não basta haver a conscientização é preciso ações práticas para a reutilização e ampliação da vida útil dos descartes ou destruir os resíduos corretamente. É preciso perceber as consequências, a partir do momento que nos desfazemos do lixo.

Para ilustrar o pensamento, ficam as perguntas? Para onde vai o lixo que nós desfazemos: vai para aterro sanitário? Vai para reciclagem? Vai ficar a deriva nas ruas? Esta última hipótese fica evidente quando observamos as “bocas de lobos” das ruas obstruídas pelo lixo que impede o escoamento da água da chuva. Deve-se considerar ainda, que o lixo disponível nas ruas cria o habitat ideal para insetos e roedores indesejáveis.

Decisivamente, tudo isso passa pela educação e consciência coletiva. No Brasil, há muitas dificuldades para disseminar a importância da reciclagem. Isso se deve a fatores culturais, educacionais e a falta de incentivos governamentais à sustentabilidade ambiental, tanto por parte de muitas empresas, quanto por parte de grande parcela da sociedade. O exemplo deve ser vertical, isto é, deve partir do Governo, isso pode ser dar por meio de regulação governamental para preservar o uso dos recursos ambientais com fiscalização e orientações, visando assegurar o cumprimento da legislação. É evidente que isso implica também em sanções aos infratores.

Vale lembrar que o conceito de desenvolvimento sustentável – termo muito em voga atualmente, mas pouco praticado – nos diz que o crescimento econômico deve estar concentrado na buscar implacável pela redução dos impactos ambientais. Para ilustrar isso, por exemplo, conheço uma fábrica de colchões aqui no Estado RS, cujos insumos são retalhos de espumas descartadas de montadoras de veículos. A estrutura fabril transforma os retalhos em peças únicas prensadas. A fábrica tem interessante vantagem competitiva frente aos concorrentes devido aos baixos preços praticados, sem prejudicar a margem de lucros. Isso expandiu seu mercado doméstico e abriu o mercado externo por atender todas as exigências de qualidade.

Destarte, a premissa é atender as necessidades e desejos da sociedade consumista, sem comprometer as gerações futuras. Todavia, isso requer a elaboração de legislações e difusão de novos conceitos de responsabilidade social e empresarial. A acirrada competitividade global, tende a conduzir as empresas a adotarem posturas sustentáveis e inovadoras às adequações necessárias aos parâmetros colaborativos e para o uso racional dos recursos naturais, sem agredir o ecossistema.

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