Rios Navegáveis no Rio Grande do Sul – Parte I | Por Dilmar Isidoro

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O transporte de cargas no Estado RS, por meio de hidrovias, é pouco acionado. A participação é de apenas 3,7% no total transportado. O carregamento de soja ao porto de Rio Grande tem 15% do total de toneladas enviadas através de rios. A principal via usada no transporte desse grão é a hidrovia Jacuí – Taquari – Lagoa dos Patos.

O Estado RS tem quatro portos oficiais: o porto marítimo de Rio Grande e os portos fluviais de Porto Alegre, Estrela e Pelotas. Após a recente extinção da Superintendência de Porto e Hidrovias – SPH, os bens, patrimônio, receitas, atribuições e competências passaram à Superintendência do Porto de Rio Grande. Segundo Victor Morandi que integra um grupo de pesquisas em Logística Empresarial, no Rio Grande do Sul a matriz de transporte tem a seguinte formação: [1] Rodoviário 85,3%; [2] Ferroviário 8,8%; [3] Hidroviário 3,7%. Outros modais têm baixa participação. Nos demais Estados brasileiros, os números são bem diferentes: [1] Rodoviário 60,49%; [2] Ferroviário 20,86%; [3] Hidroviário 13,86%.

Esses dados mostram que o Estado RS concentra no modal rodoviário a maior parcela, se comparado ao restante do Brasil. No País, os modais ferroviário e hidroviário tem participação muito maior em relação ao Estado RS.

Apesar da importância estratégica para a economia Estadual, as hidrovias gaúchas são pouco exploradas no transporte de cargas. A Lagoa dos Patos, a principal das rotas navegáveis, é o melhor exemplo. Com isso, se perde competitividade. O uso das hidrovias é vantajoso, a começar pelos agricultores que podem embarcar seus produtos no porto de Rio Grande com custo bem menor do que se fizesse por meio rodoviário.

De acordo com a Confederação Nacional do Transporte – CNT, o custo com combustível por tonelada transportada através das hidrovias, é muitas vezes menor se comparado com a mesma quantidade transportada por rodovias. Ainda, deve-se considerar que o transporte hidroviário tem menor risco de acidentes e ocasiona menor nível de poluentes e danos ao meio ambiente. O potencial aquaviário do Estado se dá, devido à geografia favorável que tem malha lacustre de ótima navegabilidade e também pela localização geopolítica privilegiada no continente sul-americano.

Os Portos Interiores podem ter importante função na economia gaúcha, caso prestem serviços de transporte com maior regularidade, melhor qualidade e menores custos. Esses portos podem exercer a função de alimentadores para o Porto de Rio Grande ou de remetentes de cargas no sistema multimodal, sejam elas enviadas a outros Estados da Federação ou para outros Países. O Porto Fluvial de Porto Alegre tem potencial para ser alimentador de cabotagem (transporte marítimo dentro País) e para o Mercosul. A maioria das cargas transportadas, com grande valor agregado, se concentra não muito distante desse porto.

De modo geral, as indústrias gaúchas têm ótima inserção no mercado internacional. Mas, não se vê neste local, um portal de negócios para fortalecer o elo com tais empresas. É preciso rever conceitos para prestar melhores serviços e atender demandas reprimidas, em especial, para cargas nobres em contêineres com maior valor agregado, como, por exemplo: eletrodomésticos, calçados, veículos, vestuário, alimentos processados, etc. Existem ótimas razões para acreditar na revitalização do setor hidroviário gaúcho. Entre elas, destaco: [a] A necessidade de elevar a competitividade da economia gaúcha; [b] A procura por fretes mais baratos e mais seguros.

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